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Laura Zabel: carreiras em ziguezague e os artistas que as amam

Nota sobre o estado do artista: Esta postagem, de Laura Zabel, é uma resposta ao nosso projeto Visualizando Carreiras de Artistas.

Não consigo parar de olhar esses gráficos. Adoro as estrelas desequilibradas que nos mostram o quão diferente é a trajetória e a carreira de cada pessoa. E de alguma forma demonstrar simultaneamente quão importante e catalisadora é uma oportunidade como um Bolsa de Artista McKnight é e como, no final, é apenas um pequeno pontinho em todo um conjunto de oportunidades para ver e trabalhar para fazer. E adoro o gráfico combinado de todas as atividades dos artistas; é um lindo testemunho em forma de trombeta da força e profundidade dos artistas desta comunidade.

Mas são os globos que eu mais amo. Eles me lembram daqueles romances de seis palavras—Eu invento uma história completa para cada um, apenas com base nas linhas que percorrem o mundo ou avançam e recuam em uma pequena área, cavando cada vez mais fundo. Às vezes, conheço o artista e seu trabalho e o visual serve como um lembrete ou uma nova perspectiva sobre coisas que já sabia sobre ele. E esses anônimos me deixam muito curioso! Mas enquanto observo aqueles globos girando em zigue-zague, estou sempre pensando em como essas linhas representam ideias e relacionamentos, conectando pessoas em lados opostos da terra. Por que tantos artistas têm essas carreiras que atravessam o mundo? Com certeza tem algo a ver com necessidade – precisar encontrar oportunidades, públicos e inspiração em outros lugares e não ficar satisfeito apenas com o que está ao seu alcance. Acho que também tem a ver com curiosidade – arte é ver coisas novas e viajar é uma representação literal desse propósito. Isso me faz pensar que os artistas são como as abelhas: vão de flor em flor, polinizam, criam híbridos, alimentam, colhem, fazem florescer.

Adoro que o poder desses gráficos esteja nas relações e nos lugares. É uma forma de medir o impacto de um artista sem sequer olhar para o seu trabalho. E se este for o tecido conjuntivo entre o impacto intrínseco e o impacto económico dos artistas? O impacto social. Os vínculos, relacionamentos e pessoas impactam. Cada parada da viagem, cada alfinete no mapa, representa todo um conjunto de pessoas que mudam. Pessoas que mudaram em grandes e pequenas dimensões: estudantes que foram influenciados; membros da audiência que ficaram emocionados; colaboradores que foram apresentados; vizinhos que tomaram um café da manhã juntos. E aquelas pessoas e lugares que são diferentes porque o trabalho daquele artista estava lá? O que aquele artista nos trouxe dessa experiência?

Há uma singularidade inegável* nas contribuições dos artistas para o mundo e penso que está nesta capacidade de zumbir de um lugar para outro deixando flores em seu rastro. Há um grande poder e uma grande promessa em pensar mais sobre como quantificamos esta rede e o capital social que os artistas contribuem para as nossas comunidades.

*Eu disse único, não especial!


Laura Zabel é Diretora Executiva da Trampolim para as artes. Com sede em Minnesota, Springboard trabalha regional e nacionalmente para ajudar artistas a ganhar a vida e a ganhar a vida.

Tema: Artes e Cultura

março 2013

Português do Brasil